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PROJETO IGREJAS-IRMÃS - Quarenta anos

13-06-2013 07:03

Pe. Eugênio João Hartmann*

                Na Assembleia Diocesana de Pastoral de 2012, alguém dos participantes fez uma pergunta ao final dos trabalhos da elaboração do novo Plano Diocesano de Pastoral: "O que é que é esse Projeto Igrejas-Irmãs?" Vamos, então, a uma explicação.

 Pelos idos de 1972 nasceu uma experiência missionária das mais profícuas da Igreja no Brasil. Os Bispos do Brasil, sentindo a carência de uma presença maior da Igreja Católica na Amazônia, fizeram um especial apelo missionário às dioceses do sul do Brasil: que cada diocese do Sul ajudasse e se deixasse ajudar por uma diocese do norte. Nasceu então a inédita e solidária experiência de "Igrejas-Irmãs".

                 A Diocese de Santo Ângelo, desde logo, se abraçou com a diocese de Marabá, experiência missionária que se solidificou ao longo dos anos. O projeto iniciou com o envio em missão, ainda no mês agosto de 1973, de um primeiro padre da diocese. Meio ano após, mais dois. Com o passar dos anos estes padres iam se revezando com outros colegas sacerdotes.

                A partir do ano de 1983, também seminaristas, leigos e irmãs religiosas da congregação das Filhas do Amor Divino passaram a integrar o projeto de Igrejas-Irmãs. A missão era uma experiência nova, produzindo, muitas vezes, perseguições, prisões, ameaças e morte. Mas mesmo com dor, as crises eram assumidas com fé e resistência, valendo como desafio para retomar e aprofundar o processo missionário da Igreja.

Hoje nós nos orgulhamos em poder manifestar um louvor e reconhecimento à Diocese de Santo Ângelo pelo apoio prestado nestes quarenta anos para garantir de forma permanente a manutenção deste projeto de evangelização mútua. Orgulha-nos a atuação dos sacerdotes e das irmãs religiosas na dianteira da formação de lideranças leigas e da preparação de padres novos para as paróquias da região. Engrandece-nos, como Igreja, a presença das irmãs Filhas do Amor Divino nas atividades pastorais junto às comunidades e paróquias da região, uma presença missionária da qual já nasceram diversas vocações para a vida religiosa. Orgulha-nos, como cristãos, o testemunho da Irmã Adelaide Molinari ao ceder seu sangue em defesa do povo pobre em busca de terra para viver. Em memória de sua morte violenta acontecida no ano de 1985 as comunidades realizam, a cada ano, em abril, mês do seu martírio, uma caminhada missionária de 30 km em solidariedade às lideranças que sofreram perseguição e morte por causa da justiça. Orgulham-nos os leigos e as leigas que, junto com os padres e as irmãs, assumiram projetos de solidariedade com o povo atraído, quer pelos garimpos de ouro na região da Serra Pelada, quer pela promessa de empregos a partir da implantação do projeto Carajás. Honram-nos os leigos e as leigas que se lançaram em campanhas pelos direitos sociais, conquistando o respeito e a admiração do povo a ponto de alcançarem, pelo voto popular, altos cargos na política, seja em prefeituras, seja na Assembleia Legislativa do Estado do Pará.

                Desde o começo do projeto, a Igreja da diocese de Marabá sempre representou para a Igreja da diocese de Santo Ângelo um exemplo de ministerialidade a partir da formação de missionários leigos. Graças à atuação destes missionários e missionárias nasceram as Santas Missões Populares como explosão de entusiasmo e de novo ardor missionário. Esta experiência missionária, surgida junto às comunidades de Igreja na diocese de Marabá e trazida para a diocese de Santo Ângelo, já permitiu, de forma adaptada, a realização de verdadeiros mutirões de evangelização em muitas comunidades.

                Deus queira que este protagonismo missionário de leigos e leigas nos torne sempre mais discípulos missionários da construção do Reino de Deus.

*Pela Equipe Diocesana da Animação Missionária

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