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IV DOMINGO DA PÁSCOA

11-05-2011 09:26

Neste IV Domingo da Páscoa, conforme Atos, o discurso de Pedro provoca conversão e entrada na comunidade mediante o Batismo e, em sua carta nos ensina, como devemos proceder para trilharmos o caminho do Mestre. Para tanto, devemos aproveitar este domingo para nos reunir em torno dEle pois, Ele conhece as ovelhas pelas quais foi martirizado numa cruz. Como ovelhas que somos – desgarradas ou no aprisco – devemos fazer de Jesus nosso Senhor e Pastor. Sua presença como Ressuscitado, foi seta e sinal para seus discípulos e apóstolos, suas testemunhas naquele passado distante. Todavia, sua luz continua a brilhar para os pastores e testemunhas do presente: leigos e leigas comprometidos, Diáconos, Presbíteros e Bispos, que conduzem avante – na paz e na unidade – a Igreja da qual o Cristo – Nossa Páscoa - se fez cabeça e pastor: o Bom Pastor.

Apenas uma breve reflexão

Os evangelistas sinóticos, Mateus, Marcos, Lucas, mencionam apenas uma viagem de Jesus a Jerusalém no fim de seu ministério exercido na Galiléia e regiões gentílicas vizinhas. Por sua vez, João, no seu evangelho, narra cinco viagens a Jerusalém no período das celebrações de cinco importantes festas religiosas do judaísmo, em torno do Templo.
Em cada uma destas ocasiões, Jesus, com seu ensino e com sua prática, revela o Deus libertador e Deus de amor, questionando a doutrina e a prática do Templo. Jesus suscita, assim, a ira dos chefes religiosos de Jerusalém, apegados à sua tradicional doutrina que lhes conferia poder e prestígio.
Na terceira viagem a Jerusalém, por ocasião da festa das Tendas, em um contexto de vários conflitos com os chefes do judaísmo, Jesus cura um cego de nascença. Então o homem que era cego passa a proclamar sua fé em Jesus, e por isto é expulso das sinagogas pelos chefes religiosos de Israel.
Em continuidade à narrativa da cura do cego de nascença, com o longo diálogo conflitivo e revelador entre Jesus e os fariseus, João apresenta em seu evangelho a parábola da porta do redil.
Neste contexto, o redil de ovelhas é imagem do povo oprimido que Jesus vem libertar e comunicar vida, desqualificando a sinagoga como local de encontro agradável a Deus. Jesus é a porta do redil onde se reúnem as ovelhas. Os autênticos pastores deste redil são aqueles que entram por Jesus. Os que vieram antes de Jesus, os fariseus e demais chefes religiosos do Templo, são ladrões e assaltantes. Não vieram para o bem das ovelhas, mas sim para roubar, matar e destruir.
Esta parábola é, também, uma advertência aos fieis das comunidades para não retornarem às práticas e observâncias tradicionais, das quais foram libertados por Jesus. A sentença final exprime todo o sentido da encarnação do Filho de Deus: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância". Se Jesus é a porta do redil, e os autênticos pastores são aqueles que entram através de Jesus, logo a seguir Jesus também se identifica como sendo o Bom Pastor, por excelência, que consagra sua vida ao cuidado do rebanho.
Ora, em Jesus, aqueles que andavam desgarrados como ovelhas, agora encontram o pastor que os protege e cuida deles – observem a leitura da primeira carta de São Pedro. Porém, na leitura do livro de Atos – a primeira – Pedro se revela como um autêntico pastor de Jesus e dirige sua pregação ao povo de Israel, a quem atribui a responsabilidade pela morte do Mestre, convidando-o à conversão.
Nesse sentido, podemos entender que, a vontade de Deus é que todos, sem qualquer discriminação, se unam pelo batismo em nome de Jesus, recebendo o Espírito Santo de Amor e Verdade, no empenho do resgate da vida e da dignidade humana neste mundo, como caminho para a vida eterna. Todos nós batizados, indistintamente, devemos escutar a voz da Igreja que é a voz de Cristo: o verdadeiro Pastor de nossas vidas.

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