EM 2014 juntos formaremos um mundo mais fraterno e humano...


4º Domingo da Quaresma — ANO B "...é pela graça que sois salvos, mediante a fé."

12-03-2012 11:12

Na celebração damos graças ao Pai , porque em Jesus realiza o maior gesto de amor para conosco. Contemplando-o erguido na cruz, nossas trevas são desmascaradas e vencidas e a esperança de um mundo feliz e libertado é reavivada. Como povo peregrino, comemos de seu pão, antecipando na fé a realização da comunhão entre nós, com o mundo e com Deus. A comunidade cresce e se fortalece na medida em que põe em prática o projeto de Jesus, a serviço da vontade do Pai, manifestada pelos mandamentos e pela vida de Jesus. Lembramos que este domingo é de muita alegria, pois a Igreja nos lembra que a Páscoa do Senhor está se aproximando. Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos cânticos jubilosos ao Senhor!


EVANGELHO Jo 3, 14-21

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: "Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus".

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Talvez se substituirmos a palavra elevar-se pela palavra Subir, a gente possa compreender melhor a profundidade do versículo inicial desse evangelho. Subir significa estar em ascensão, ser referência, mostrar seu poder, ser visto e notado por todos. Entretanto, o modo como Jesus é elevado só serviu para ser escarnecido em uma morte humilhante e vergonhosa. Naquele momento de amargura e derrota, ninguém, nem mesmo os apóstolos pensariam que Jesus estava solidificando a sua Soberania e seu Senhorio sobre todas as coisas, ninguém ousaria dizer que ali, naquele "maldito" pendente da cruz do calvário, estava a Salvação da humanidade, o resgate do Ser humano, a sua remissão e redenção. O que se viu foi um corpo ensangüentado, dilacerado, chagado, entretanto, foi um momento Bendito e glorioso para toda a humanidade. Deus mostrou na cruz toda a Força e o Poder do Amor verdadeiro.

Por isso que, após introduzir a reflexão, o evangelista João vai direto ao tema central "Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho único, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna." Crer em Jesus Salvador é Crer no Amor que vivifica, restaura, reconstrói o Homem, eterno objeto do Amor de Deus. Quem Nele não crer já está condenado, justamente porque não crê no Poder libertador do Amor de Deus. E a vida de quem fecha o seu coração para o amor, é amarga, vazia e sem sentido, porque não optar pelo amor significa a solidão total e completa, que é ficar longe de Deus já nesta vida.

Em seguida João desfaz o equívoco dos que trazem no coração e na mente a imagem de um Deus que condena e castiga o pecador. Deus não enviou Jesus ao mundo para vingar-se do pecado cometido por Adão e Eva e que toda a humanidade acabou herdando. Mesmo com a tragédia da cruz, Deus Pai não planejou uma vingança contra os que mataram a Jesus, ao contrário, o próprio Filho pede para que o Pai os perdoe...

O amor é sempre transparente e iluminador isso é, a tudo dá sentido, tudo crê, tudo espera, tudo tolera, é compassivo e fiel, Viver nesse amor é antecipar a Vida Eterna, mas sem o amor, o homem acabará naufragando nas profundezas dos mares do seu próprio egoísmo.

Crer e aceitar Jesus Cristo significa acolhê-lo por inteiro, vestindo a camisa do seu evangelho, aceitando com ele construir o novo Reino. Essa nossa opção por Cristo ou contra ele, reflete nos atos e ações que fazemos. É impossível fazer o Bem e permanecer nas trevas, assim como também é impossível praticar o mal e permanecer na Luz, pois são coisas contrárias que jamais estarão juntas em, um mesmo lugar ou em mesmo coração.

Nossas comunidades cristãs vivem essas duas realidades que caracterizam o Reino de Deus, por um lado, apresentam um Cristo elevado na cruz, anunciando assim a sua morte, mas por outro lado, esse Cristo crucificado faz nascer cada vez mais forte no coração de quem crê, a esperança escatológica de quem espera a Ressurreição. O Cálice Bendito elevado pelas mãos do Sacerdote é ao mesmo tempo amargura e doçura, Vida Morte e Ressurreição do Senhor, é a nossa humanidade tão frágil e pequena, mergulhada no mistério da Grandeza de Deus.

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

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Neste texto do Evangelho de hoje, temos a conclusão do diálogo de Jesus com Nicodemos. O evangelista João recorre ao simbolismo da serpente de bronze (cf. Nm 21,9) - a qual, pela fé, libertava das mordidas mortais das serpentes do deserto para aplicá-lo à fé em Jesus, pelo qual se tem a vida eterna.

Este diálogo com Nicodemos é um convite à conversão. Coloca em confronto as duas opções: aquele que crê e aquele que não crê, aquele que pratica o mal e ama as trevas e aquele que pratica a verdade e se aproxima da luz. Cabe ao leitor fazer sua opção.

Na primeira leitura temos a teologia do castigo e do arrependimento, com a retomada da aliança. Os habitantes de Judá, exilados na Babilônia por Nabucodonosor, após o sofrimento do exílio, encontram a benevolência de Ciro, da Pérsia, o qual os contempla com a reconstrução do templo de Jerusalém. O tema predominante no Evangelho de João é o dom da vida eterna por Jesus.

Neste tempo de quaresma, somos convidados à conversão, a nascer do Espírito, a nascer para a liberdade e para o amor, pois para isto fomos feitos. Pelas obras praticadas em Deus, unimo-nos com Jesus e vivemos com ele na eternidade, na unidade do Pai e do Espírito.

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