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29º DOMINGO Tempo Comum Ano A – 16 de outubro

14-10-2011 08:46

DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR

Então o que o senhor acha: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano? 
Então Jesus disse: - Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus. 
            Conheci um professor socialista que combatia a ditadura, e até acreditava em Cristo  mais do jeito dele. Para ele, Cristo amarelou, “sartou de banda”, quando deu esta resposta aos fariseus. Ele disse: entendo que Jesus não poderia se arriscar antes da sua hora. Mas seria maravilhoso se ele desse uma resposta anti-imperialista, e quando os soldados viessem prendê-lo, era só fazer um gesto e todos eles ficariam com dor de barriga, ou virassem estátuas, ou mudassem de idéia e se ajoelhassem diante da sua pessoa, ou, simplesmente Ele impedia de alguma maneira que fosse preso.
Veja: Jesus não “amarelou”. Ele não se acovardou.  Ele foi essencialmente justo. Pois o que é justiça? É dar a cada um o que lhe pertence ou o que ele merece. Você trabalhou o mês inteiro, sem faltar, sem estragar a matéria prima da fábrica, então você merece o seu salário integral no fim do mês. O seu colega faltou várias vezes, estragou o material, desperdiçou água, etc. Então é justo que o patrão desconte do seu salário, o prejuízo que teve por culpa daquele empregado.
De quem era a moeda? De Cesar. Então nada mais certo ou justo do que dar a César o que é de César. E dar a Deus o que é de Deus.
Resta-nos pois entender o que devemos dar a Deus. Ele que já tem tudo. Parece uma tarefa impossível. Porém o próprio  Filho de Deus nos deixou bem claro que quando fazemos o bem ou damos alguma coisa ao irmão necessitado, é a Cristo que estamos fazendo ou dando. Por outro lado, os mandamentos foram resumidos por Jesus em apenas dois: Amar a Deus e ao próximo. Isto significa que se nós dizemos a Deus que o amamos e odiamos ou maltratamos o nosso irmão, estamos sendo injustos, e não merecemos nenhuma promessa do Pai.  Do mesmo modo, não devemos segurar ou reter Deus somente para nós. Temos de levar Deus até o irmão, através da evangelização ou do nosso testemunho. E isso significa produzir frutos, e está encaixado no primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas...       
Os  fariseus "armaram uma" para pegar Jesus. Qualquer resposta do Mestre, o incriminaria, porém, isso aconteceria  se Jesus fosse uma pessoa comum. Mas não o era. Ele logo percebeu que era uma armadilha para pegá-lo, um laço como ele disse. Só pela cara daqueles fingidos ao dirigir as primeiras palavras a Jesus, já dava para perceber que estavam agindo de má fé. Se Jesus dissesse que era injusto pagar imposto ao Imperador de Roma, os mandatários romanos  ali presentes, logo o enquadrariam  como subversivo ou revoltoso, e o jogariam contra o poder romano (que dominava a Palestina no tempo de Jesus), e Ele logo seria preso, e o seu plano de amor para conosco estaria terminado sem mesmo ter começado. Se Jesus dissesse que era justo pagar o imposto a César, imperador de Roma que ora dominava e oprimia aquele povo, este mesmo povo se voltaria contra Jesus chamando-o de traidor, e o exterminaria antes da hora. Para os fariseus, era a pegada perfeita que deixaria Jesus sem saída. Mas não sabiam que estavam brincando com o próprio Deus. E Jesus, simplesmente como em todas as vezes que tentaram pegá-lo, deu uma saída de Mestre!
Para o partido dos Zelotes e todos aqueles que faziam resistência ao domínio romano, a atitude de Jesus foi de uma covardia muito grande. Para eles, Jesus tremeu nas bases e ficou com medo, não foi autêntico, não foi um patriota. Para os representantes do domínio romano na palestina, Jesus acabara de demonstrar que Ele não representava nenhum perigo à presença romana naquele lugar, e assim, deixaram-no livre para ir e vir, e falar ao povo.
Para nós, hoje, podemos interpretar a atitude de Jesus da seguinte maneira. Ele não tomou nenhum partido porque O SEU REINO NÃO ERA DESSE MUNDO e porque ainda não havia chegada a sua hora. Porque com certeza, iriam pegá-lo, acabar com Ele, e o Plano de Deus estaria estragado. Por outro lado, apesar de alguns socialistas e antiimperialistas terem ficado decepcionados com o Jesus histórico,é bom lembrar que Ele não se envolvia em questões políticas, como estavam esperando alguns, que Jesus teria vindo para libertá-los do poder romano. Jesus veio nos libertar, sim, mais do pecado. Deixando-nos a Igreja e todos os sacramentos ideais ou necessários para a nossa salvação.
Nós também somos assim como os anti-imperialistas pensaram de Jesus. Queremos um Jesus, um Deus que resolva os nossos problemas pessoais, não nos importando com aqueles que possam ser prejudicados. Deus é pai de todos nós. Não importando o partido político, o time preferido, se somos ricos, ou se somos pobres. Deus não toma partido nem tampouco discrimina ninguém. Pelo contrário, está sempre nos convidando a mudar de vida e a segui-lo.  Com isso não queremos dizer que não nos importamos se o nosso país esteja sendo explorado e dominado por outro. Nenhum cidadão patriota gosta disso. O que precisamos entender aqui, é a posição de Jesus, Deus de todos, e não só dos judeus, dos corintianos, dos são-paulinos, dos palmeirenses, etc.
Outro dia, um aluno me pediu para rezar para o time dele ganhar o campeonato paulista.  Era jogo de decisão e todos por aqui estavam muito tensos. Expliquei para ele que todos os torcedores tanto de um time como do outro, eram filhos amados de Deus. Pense comigo. Você tem irmão? Ele respondeu que tinha uma irmã. Veja. Como você se sentiria se Seu pai desse uma forcinha para que sua irmã ganhasse algum jogo contra você? Uma fera! Respondeu ele. Viu? Nesse caso, Deus simplesmente deixa acontecer, e que ganhe o melhor time, caso não haja “marmelada”. Olha só o que o garoto me disse: "Mas Deus vai assistir o jogo, né?"  Disse-lhe que Deus Vê tudo. Até a nossa conversa. Confesso que perdi a oportunidade de dar uma resposta melhor àquele menino.

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