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05.05.2013 6º Domingo de Páscoa — "Deixo a vocês a paz, dou a vocês a minha paz... Eu vou e voltarei a vocês."

30-04-2013 07:08

Na Nova Jerusalém não há templo, porque o Senhor e o Cordeiro são o seu templo. Afirmação surpreendente. Fala-se do mundo novo já presente como início na Igreja terrena, mas que se realizará em plenitude na Igreja celeste. A realidade futura não terá mais necessidade daquilo que na terra é sinal e instrumento. Mas já neste mundo é preciso fazer a passagem dos sinais visíveis para os invisíveis mistérios que naqueles Deus faz conhecer e comunica. Isto implica num processo de espiritualização e de personalização que ultrapassas as perspectivas dos profetas.

Sintamos em nossos corações a alegria da Ressurreição e entoemos alegres cânticos ao Senhor!

EVANGELHO (João 14,23-29)

23 Disse Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. 
24 Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou. 
25 Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. 
26 Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito. 
27 Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize! 
28 Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu. 
29 E disse-vos agora estas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem.

O ESPÍRITO QUE ENSINA!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Tive um amigo que era “fera” em ciências exatas, conhecia e sabia de cor conceitos e fórmulas de matemática, física e química, que assombrava os professores e a todos nós da sua classe, que morríamos de inveja quando o víamos tirar notas altas nessas matérias, sem nunca ser preciso fazer a prova final porque bem antes de encerrar o ano letivo, já tinha fechado todas essas matérias. Findo o segundo grau, prestou vestibular para engenharia sem fazer nenhum cursinho e de maneira brilhante obteve classificação para cursar engenharia. Em certa ocasião encontrei-o na empresa, prestando serviço como auxiliar administrativo em uma renomada empreiteira de montagens industriais e ao perguntar-lhe por que trabalhava como auxiliar se já era engenheiro formado, respondeu-me que queria especializar-se nessa área e que este aprimoramento profissional só era possível se tivesse a prática e daí sim, estaria habilitado para exercer aquela profissão “Na teoria é uma coisa, na prática é outra”, disse-me sorrindo, ao concluir a nossa conversa.

É este precisamente o ensinamento do evangelho desse Sexto domingo da Páscoa: passarmos da teoria à prática da verdadeira religião, que nada mais é do que o amor na relação com Deus e com o próximo, porque parece que as nossas comunidades cristãs, algumas um pouco mais, outras um pouco menos, são todas bem parecidas com o meu amigo dos tempos de escola, vive-se muito uma religião teórica, um amor teórico, nossos conceitos de religião e de amor, segundo o evangelho que aprendemos na catequese e que ouvimos em cada celebração, são os mais belos e verdadeiros, tanto é verdade que Jesus Cristo é conhecido e admirado por milhões e milhões de pessoas no mundo inteiro, dentro e fora das igrejas.

E essa praticidade seria impossível se não fosse à ação do Espírito Santo, que de maneira ininterrupta, 24 horas nos ensina e nos recorda as palavras de Jesus, sem essa ação do Espírito Santo, a Sagrada Escritura e particularmente o Novo Testamento, não passaria de belos conceitos e fórmulas de “Como se Viver Bem” com a gente mesmo, com os outros e com Deus, uma espécie de manual com instruções práticas sobre um eletro doméstico, desses que deixamos empoeirar, esquecido no fundo de uma gaveta. O Espírito Santo não nos ensina algo novo e diferente do que Jesus nos ensinou, mas ele atualiza a palavra em nossa vida, dando-nos a resposta que precisamos diante de certos acontecimentos ou situações, que o Jesus Histórico não viveu, pois naquele tempo não tinha TV, Celular, Internet, avião, naves espaciais, tecnologia avançada, aborto, divórcio, violência, corrupção, tráfico de drogas, globalização, essas e outras coisas são realidades do nosso tempo, diante das quais, o ensinamento de Jesus tem sempre uma resposta que é atual e verdadeira, pela ação do Espírito Santo.

Mas o Espírito Santo só age em nossa vida se já tivermos ouvido e guardado a Palavra de Jesus, que é a Palavra do Pai, mesmo porque, as três pessoas da Santíssima Trindade nunca agem isoladamente, mas sempre juntas, em perfeita comunhão. O Espírito Santo não é apenas um lado de Deus, mas é Deus por inteiro e, portanto, não faz mágica, mas sua ação está intimamente ligada ao Pai e ao Filho. E o amor a Deus e ao próximo, é o sinal de que guardamos a Palavra de Jesus, é por isso mesmo que o evangelho coloca a prática desse amor como “Carro Chefe de Tudo”, porque todo o ensinamento de Jesus, suas palavras e obras, revelam ao homem essa Verdade absoluta que é o amor de Deus, e para estar nele com ele e com o Pai, não há outro caminho que não seja o do amor.

A presença de Deus em nós não está condicionada às práticas religiosas, grandiosas liturgias e arrebatamentos celestiais, mas a vivência do amor, porque a liturgia eucarística nada mais é do que a celebração do Amor que se encarnou no meio dos homens e quem faz do cristianismo, apenas o cumprimento de preceitos e práticas religiosas, fica apenas na teoria, sabe tudo, conhece tudo, mas não vive a principal verdade revelada por Jesus, que é o amor. Isso é tão claro para o evangelista João, que ele irá dizer para sua comunidade, que “Deus é Amor”. A Paz que Jesus dá ao mundo, a partir dessa verdade, não é a paz do comodismo, da ausência dos problemas, das dificuldades e desafios. Não existe uma comunidade assim, mas a Paz significa essa presença de Deus em nossa vida por isso o nosso coração não deve se perturbar nem ter medo.

Trata-se, portanto, de uma paz inquietante, que questiona e que busca algo de belo, na plenitude que só Jesus pode nos dar, é dom, mas também conquista ao mesmo tempo, está sujeita aos conflitos na relação com o mundo porque busca algo que o mundo não pode nos dar. O mundo quer nos convencer do contrário, mas quando amamos e guardamos no coração a Palavra de Jesus, podemos contar com o melhor de todos os advogados: o Espírito Santo, que nos transforma em evangelho vivo! (VI domingo da Páscoa)

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