EM 2014 juntos formaremos um mundo mais fraterno e humano...


A sensibilidade de ser Mãe nos dias atuais

10-05-2012 08:19

No segundo domingo do mês de maio, comemoramos o dia das mães, dia feliz para umas e tristes para outras. Muitas comemoram esse dia perto de seus filhos, enquanto outras estão longe e/ou com seus filhos já ao lado de Deus, só na saudade eterna.

Quem nunca ouviu a frase: “Ser mãe é padecer no paraíso”? Será porque ser mãe é afligir-se, suportar, tolerar, consentir diante das nuances que as circunstâncias que as mães da era moderna vivem e sobrevivem? A sensibilidade de ser mãe e fixar forças, que não se sabe de onde, muitas vezes ao lado dos filhos, faz com que essa mulher, a qual consagramos nesse dia, mereça ser homenageada.

 Acrescentaria destemidamente na palavra “Mãe” a palavra “guerreira”, pois toda mãe, para ter seus filhos, enfrenta uma batalha e, para criá-los, guerreia todos os dias. Toda mulher nasce para ser mãe, mesmo sabendo que nem todas poderão ser biologicamente, mas todas são guerreiras sim, com filhos gerados em seu ser ou não.

Olhando o Jornal Nacional em um dia muito marcante para o nosso País, dia 13 de abril de 2012, vemos uma decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) com aprovação de 8 votos a 2, para interromper a gravidez no caso de fetos anencefálicos em que, nem a mãe, nem o médico, cometem crime. O Código Penal brasileiro prevê, desde 1940, somente dois casos de autorização de aborto legal: quando colocada à saúde da mãe em risco e quando a gravidez for resultante de estupro.

É triste ter que assistir o sofrimento de muitas mulheres, mas, ao mesmo tempo, é bom enxergar que ao menos o Governo utiliza os avanços da ciência para ajudar a suprir a angústia de muitas mães, pois não podendo tirar toda a agonia, ao menos está possibilitando a minimização da dor dessas mulheres. E com isso somos protagonistas de alternativas para os sofrimentos do contexto atual, na perspectiva de suavizar a aflição do ser humano.

Como mãe e como estudante de Teologia, faço uma incursão na linha do tempo e volto há mais de dois mil anos atrás, mais precisamente na passagem bíblica que traz presente a nossa maravilhosa Maria, mãe de Jesus. Não pode haver maior exemplo de mãe e amor, pois para passar o que Maria passou para criar seu filho e ainda Vê-lo em sofrimento e morte de cruz, ela não deve ter sido nada complacente consigo mesma.

 Em Maria transparece todo o potencial da mulher que é mãe, esposa, companheira, viúva e exemplo de sabedoria. Ela soube educar e até advertir seu filho Jesus quando era preciso. Se a contemplarmos, veremos o rosto de Deus a partir de uma perspectiva feminista na possibilidade de nos fazermos aludidas à Maria.

Indubitavelmente, ser mãe não é coisa tão simples quanto parece ser. Não me refiro a poder dar a luz, enquanto muitas não podem, mas assumem a maternidade cuidando, educando, zelando etc, quando se expõe a verdadeira vontade de ser mãe e de realmente criar um filho no mundo atual, sendo biológico ou não, se compromete com sua verdadeira vocação.  Muitas mães de bom senso e de muito amor no coração adotam crianças desamparadas e abandonadas por seus pais biológicos. Ser mãe é doar-se, independente do filho ter seu sangue ou não, passando noites em claro se for preciso, brincando de ciranda para entreter, rindo sem, muitas vezes, achar a menor graça para ver um rostinho feliz, chorando junto para consolar, ouvindo sem entender, chacoalhando a cabeça: “Sim, estou entendendo”. Ser mãe é ensinar a colocar-se de joelhos e agradecer a Deus tudo o que a vida lhe deu e ainda tem a lhe oferecer.

Ser mãe é saber que o filho poderá ter em quem confiar, que ele irá ser amado e protegido. Além disso, independente do momento, sempre terá seu lugar de filho no colo de mãe. E que, no segundo domingo de maio, sempre as mães poderão ouvir a voz de seu(s) filho(s) e filha(s) dizendo: "Mãe, te amo. Obrigada(o) por tudo, minha mãe querida!”

E então, vemos e sentimos que, de sangue ou não, filho é filho e mãe é mãe. O olhar, a alegria e o amor são recíprocos na vida de uma mãe e de seu filho. E se essa mãe já estiver nos braços de Deus, que os filhos ainda assim tragam elas em seu coração, pois ali ela estará presente.  Feliz Dia das Mães!

Vanderléia Rieger Duarte-Acadêmica de Teologia/IMT/URI

—————

Voltar



Crie o seu site grátis Webnode